[Resenha] Ainda não te disse nada

Ainda não te disse nada

Autor: Mauricio Gomyde
Editora: Porto 71
ISBN: 9788591184019
Ano: 2011
Páginas: 231
Resenhista: Cris Sanlim
Classificação: 

Sinopse:

"Ninguém mais escreve cartas hoje em dia", Marina pensava. Até que um dia uma caiu em suas mãos por engano e mudou o rumo de sua vida. Levou-a ao lugar que ela sempre sonhou. E a conhecer o amor do jeito que nunca imaginou, da forma mais improvável do mundo...

Comentário:

Narrado em terceira pessoa do singular, Ainda não te disse nada tem uma leitura fluída e uma história que foge dos estereótipos literários que lemos. Nada de vampiros, lobisomens, fadas, sereias nem anjos; o que temos nesse livro é a narração de Marina, uma jovem que trabalha em uma agência dos correios e estuda Moda à noite. Para realizar o sonho de ser estilista, Marina larga a família a segurança de herdar a padaria do seu pai, tendo em mente que aquilo não era para ela.

Assim quando li a segunda capa refleti sobre uma grande verdade: não enviamos mais cartas; mandamos e-mails. Até aí tudo bem, mas as páginas foram se passando e em uma determinada cena, em que comentava sobre o quão nossa personalidade era transmitida pela caligrafia de quem escrevia, me senti no livro A Sociedade - Destino. Por exemplo: meu blog já tem mais de um ano, vários posts publicados, tenho vários tweets na twitter, e muitos não fazem noção de como minha caligrafia é horrível. Trocas de e-mails o dia todo... Palavras são únicas e significantes, juntamente com a caligrafia revela a personalidade de quem o faz.

Devido a todas reflexões, o livro merece parabéns.

Mas se um coisa que não suportei foi os diálogo entre Marina e suas amigas. Me deu uma vontade de mudar de página toda vez que a cena tinham uma delas. As falas saíram forçadas pelo excesso de gírias e afins.

Certo dia Marina aposta com uma amiga mais velha - daquelas da época das cartas - que ninguém ia postar uma carta e não é que postam? Depois Marina encontra a mesma mulher em uma cafeteria (não me recordo se é restaurante) escrevendo uma carta e resolve se aproxima. A mulher conta sobre seu trabalho em ajudar os últimos dias de velhos em asilos quando familiares lhe contratam para se passar por alguém.

Por ironia no destino, Marina se vê fazendo o mesmo que a mulher: escrever cartas fingindo ser outra pessoa. A partir daí, ela se apaixona por um velho do qual vem trocando correspondência há muito. Ela se apaixona suas belas palavras.

Outra coisa que gostei bastante foi ver um homem escrever um chick-lit, envolvendo a grande mundo da moda, suas tendencias e estilos, alem de combinações e tudo mais. Foi realmente interessante e fiquei curiosa em questionar o autor sobre a pesquisa do tema.

Eu pude vibrar pela personagem e amei as correspondências que foram trocadas por ela e Heitor.