[Resenha] Cinquenta Tons de Cinza

Cinquenta Tons de Cinza

Autora: E.L. James
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580572186
Página: 480
Formato: 16x23cm
Ano: 2012
Gênero: Romance Erótico
Nota:★★★☆☆

Sinopse:
Quando Anastasia Steele entrevista o jovem empresário Christian Grey, descobre nele um homem atraente, brilhante e profundamente dominador. Ingênua e inocente, Ana se surpreende ao perceber que, a despeito da enigmática reserva de Grey, está desesperadamente atraída por ele. Incapaz de resistir à beleza discreta, à timidez e ao espírito independente de Ana, Grey admite que também a deseja - mas em seus próprios termos. Chocada e ao mesmo tempo seduzida pelas estranhas preferências de Grey, Ana hesita. Por trás da fachada de sucesso - os negócios multinacionais, a vasta fortuna, a amada família -, Grey é um homem atormentado por demônios do passado e consumido pela necessidade de controle. Quando eles embarcam num apaixonado e sensual caso de amor, Ana não só descobre mais sobre seus próprios desejos, como também sobre os segredos obscuros que Grey tenta manter escondidos.

Esse é uma resenha complicada, muito complicada. Levei mais tempo analisando e tentando tecer uma analise sensata desse livro do que o lendo. O porquê dessa complicação é o simples fato de eu não ler Romances Eróticos. Sendo assim, não tenho bases para analisar sua posição com relação ao gênero. O que me restou é analisar pela forma de narração, construção de personagens e ser uma fanfic de Crepúsculo.

Primeiro: o que me levou a ler esse livro foi o sucesso lá fora. Acho que todos se perguntam o que tem nesse livro que despertou tanto o interesse lá fora. Essa pergunta foi o me empurrou ao livro. Minha resposta é simples: não sei. Não é um favorito, mas gostei.

A narração desse livro é em primeira pessoa e é fluida, muito fluida. Antes de começar a leitura folheie o livro lá para a página 90, 100 para perceber a fluidez do texto. Sério, implorei mentalmente que fosse fluida por ser um livro grosso e com tema pesado, quando em relação aos livros que normalmente leio. Se não fosse fluida, acho que não teria lido. O porém de tudo é alguns termos. O livro inteiro é repleto de deusa interior (?) e ruborizei.

Como fanfic de Crepúsculo, tenho que admitir que prefiro esse livro. Anastacia Steele tem seus momentos Bella — cora demais, tem a autaestima na altura da sola do tênis e é desastrada —, mas não é focado na história e consegui me irritar menos com o passar das cenas. Anna é do tipo de personagem de dois momentos: ora ela é decidida e independente, ora ela é submissa. Essa troca de posição até que não foi ruim, pelo menos ela não foi totalmente submissa. Mais o que de fato me incomodou foi a visão de que a personagem é divido em três: deusa interior(sem juízo nenhum), Ana, subconsciente(sério e lógico demais). No meu ponto de vista, um personagem, mesmo confuso, dividido, é apenas um personagem num mundo tão complexo e repleto de escolhas; entretanto, na trama isso foi distorcido.

Christian Grey é um bom personagem, realmente gostei dele. Sabe aquele tipo de homem direto, digamos, objetivo? Ele realmente é assim, claro, além de bonito e sedutor. Mas o que realmente me encantou nele foi sua personalidade sombria. Ele está marcado com um passado doloroso e atormentador, cresceu e criou um império produtivo em pouco tempo, ainda muito jovem. Isso me ganhou. Tenho a necessidade de entender e saber, claro, sobre o que aconteceu no passado que o marcou tanto e criou esse desejo por castigos, poder e controle.

As cenas de sexo nesse livro predominam, tanto na duração da descrição quanto na quantidade. Os únicos livros que li com cenas eróticas foram os da série Anita Blake, que é em suma completamente diferente do que temos em Cinquenta Tons de Cinza. Enquanto em Anita temos uma narração totalmente descritiva, aquela necessidade de detalhar e ajudar na imaginação, sendo assim também nas cenas de sexo, Cinquenta Tons de Cinza tem uma descrição minuciosa e detalhista principalmente nas cenas de sexo. Sinceramente, não sei como julgar isso. Eu, feminista do jeito que me considero, não engoli o teor machista do livro, de que se Ana fizer alguma coisa de errado (vamos ter em mente que esse errado é relativo) vai apanhar, ser castigada, mesmo com seu consentimento e/ou utilizando as palavras de seguras (palavras utilizadas para determinar até onde a submissa suporta a dor), não vai de acordo com meu sentimento de igualdade e respeito entre os sexos. Tudo, ao decorrer da trama, em certos momentos, Ana se questiona sobre isso, mas nada profundo, da forma que esse assunto deveria ser tratado. Vamos contar e aproveitar pequenas pistar de que nos próximos volumes isso irá mudar.

A relação de Grey com Anna se estabelece com um contrato, literalmente; regras, direitos e deveres do Dominante (Grey) e da Submissa (Ana). Esse tipo de relacionamento chama-se BDSM, que é o prazer sexual através da troca de poder, que pode ou não envolver dor, submissão, claro, dominância também, tortura psicológica e outros. E todos esses termos estão num contrato, como uma transação de negócios. Acho que não precisa dizer mais para esclarecer que não tem romance meloso-mamão-com-açúcar. Demorei muito tempo para me acostumar com tudo isso.

Quando imagino Cinquenta Tons de Cinza como uma fanfic de Crepúsculo, sinto falta de alguns elementos extremamente importantes na trama. O personagem Edward, que vem a ser o Grey, tem uma base muito ligada com a família e a saga toda percebemos essa interação familiar. Já em Cinquenta Tons de Cinza não é tão profundo assim e eu queria que trabalhasse mais nos personagens, como a Mia, uma versão de Alice - que vamos e convenhamos, é a melhor personagem de Crepúsculo.

Tem uma citação do livro que achei incrível que é mais ou menos assim:

É difícil crescer numa família perfeita quando você não é perfeito.

Intrigante, não?

Sendo assim, realmente quero a continuação, Cinquenta Tons Mais Escuros, que tem data de lançamento marcada para 10 de setembro.

Para deixar um gostinho e com uma leve ideia do livro, segue um trecho.

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