[Resenha] A Culpa é das Estrelas

A Culpa é das Estrelas

Páginas: 286
Formato: 14x21cm
Preço: R$29,90
Onde comprar:
Saraiva
Cultura

Autor: John Green
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580572261
Ano: 2012
Gênero: Jovem-adulto, Romance
Nota: ★★★★★
Sinopse: Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante — o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos —, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico.
Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.
Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar.

Foi o livro que mais criei expectativas até o momento e o que mais me fez chorar, com certeza. Devo alertá-los que me faltam palavras para resenhar A Culpa é das Estrelas, a mesma coisa que ocorreu quando escrevi a resenha de Quem é você, Alasca?. John Green tem o poder de me deixar sem fala.

Acho que devo começar dizendo que esse livro tão fino e pequeno foi a leitura mais demorada da minha vida, porque toda vez que eu começava a chorar pegava outro livro para ler. Creio que essa ação tenha me ajudado muito, porque livros que me fazem parar, refletir e respirar sempre me deixa tão mexida, e demoro a começar outro livro.

“Alguns infinitos são maiores que outros... Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Eu queria mais números do que provavelmente vou ter.”

Em A Culpa é das Estrelas somos apresentados a Hazel Grace, uma garota de 16 anos que tem câncer na tireóide e pulmão e está em caso terminal, sobrevivendo apenas por causa de um tratamento teste e seu carrinho de oxigênio. Sua vida é confinada dentro de casa, deprimida, então sua mãe a convence a ir ao grupo de apoio para crianças com câncer, e lá conhecemos o Augustus Waters, que tem câncer nos ossos e teve que amputar uma das pernas. Diferentemente de Hazel, Augustus não está deprimido, ele é inteligente e alto austral, pelo menos até onde uma pessoa com câncer pode ser.

A tristeza não nos muda. Ela nos revela.

O que aproxima os dois é um livro chamado Uma aflição imperial, de uma menina com câncer e todos que a rodeia, mas o livro não tem um final e os dois saem em busca de saber o final da história. Com isso, eles fazem uma aventura até a Holanda, que é um cenário muito bonito, pelo visto.

Câncer, câncer, câncer. A Culpa é das Estrelas é um livro que tem um câncer, mas incrivelmente não vive para o câncer. Confuso? Vamos lá, tentarei explicar. Os livros de Câncer, chamados de Cancerbook, normalmente são tão apelativos e você sente pena do personagem, porque parece que a vida dele acabou. Mas, sabe, é possível viver com câncer, em muitos casos ainda é possível viver. E aqui é que está: ACEDE é um livro sobre a vida. Questionamentos, superação, conquistas, tristeza, felicidade, vida e morte. Mas (maldito ou bendito mas) falar sobre a vida é tão mais emocionante do que apelar para pobre-pessoa-com-câncer, então eu chorei e ri e continuo chorando até hoje quando me lembro do livro. Conclusão: estou chorando agora. Porque, caramba, a culpa é das estrelas e não tem como culpá-la.

“Não dá para escolher se você vai ou não vai se ferir neste mundo, meu velho, mas é possível escolher quem vai feri-lo. Eu aceito as minhas escolhas.”

E John provou mais uma vez que sabe juntar as coisas e sair de uma forma tão leve e ao mesmo tempo tão profunda. Honestamente, ele simplesmente escrever, escreve devidamente, majestosamente bem. A leitura flui, simplesmente segue, a não ser que as lágrimas e risos atrapalhem um pouco. Green provou que também sabe criar personagens apaixonantes, porque amei todos, sem exceção, e Gus e Hazel tem espaço cativo no meu coração. E, para ser sincera, eu leria até a lista de compras de supermercado do John Green.

“- Não sei no que eu acredito, Hazel. Eu achava que ser um adulto significava saber em quem você acredita, mas não tem sido bem assim para mim.”

Acho muito interessante quando um livro modifica o leitor, seja de forma duradoura ou temporária e ACEDE me deixou com uma louca vontade de viver, não sei explicar em que termos nem forma, mas tenho essa vontade de viver, de viajar, de amar, de gritar... Sei lá, qualquer coisa. E juro por Deus que queria dizer mais, falar mais, mas não consigo, e, para encerrar a resenha, vou deixar uma dica para vocês: leiam, agora... Por que ainda não começou?