[Resenha] Seis Coisas Impossíveis

Seis Coisas Impossíveis

Páginas: 271
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 23,90
Onde comprar:
Saraiva
Submarino

Autor: Fiona Wood
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581633251
Ano: 2013
Gênero: Juvenil
Nota: ★★★★★
Sinopse:
Dan Cereill levou um encontrão da vida: seu pai faliu, assumiu que é gay e separou-se de sua mãe, tudo de uma vez só. Enquanto isso, sua mãe recebeu de herança uma casa tombada pelo patrimônio histórico que cheira a xixi de cachorro, mas que não pode ser reformada... E, agora, Dan está vivendo em uma casa-relíquia que parece um chiqueiro, com uma mãe supertriste e sem conseguir falar com o pai — que ele ama muito. Suas únicas distrações são sua vizinha perfeita, Estelle, e uma lista de coisas impossíveis de fazer, como: 1. Beijar a garota. 2. Arrumar um emprego. 3. Dar uma animada na mãe. 4. Tentar não ser um nerd completo. 5. Falar com o pai quando ele liga. 6. Descobrir como ser bom e não sair abandonando os outros por aí... Mas impossível mesmo será: 1. Não torcer para que Dan supere seus problemas. 2. Não rir muito com os devaneios dele. 3. Não querer ter um cachorrinho como Howard. 4. Não desejar que a mãe de Dan encontre a felicidade. 5. Parar de ler este livro. 6. Não querer abraçar o livro depois de tê-lo terminado...

A resenha de hoje vem de uma forma um pouco diferente. Para vocês conhecerem e se convencerem que Seis Coisas Impossíveis é imperdível, seis motivos bem justificados:

1. É quase impossível não gostar dos personagens. O Dan é um garoto incrível, que apesar de tratar os problemas com muita seriedade, não deixa de lado o humor. Também gostei muito da mãe dele e realmente desejamos que ela encontrasse a felicidade. A Estelle, vizinha do Dan, num primeiro momento me pareceu insossa, nada que justificasse essa paixão que o Dan sente por ela. Mas, com o passar das páginas, mudei minha visão sobre ela e vi a personagem ganhar forma. E tem Howard, o cachorrinho do Dan, que amei logo de cara e fiquei na torcida por ele.
2. Abriu a minha mente sobre a crise econômica que abalou o mundo e fez com que muitas famílias quebrassem. Pelo Brasil ter sido pouco atingindo pela crise, ao menos no cotidiano de nossas vida, creio que minha percepção sobre a situação mundial se restringiu a redoma dos meus olhos. Em Seis coisas impossíveis, me solidarizei com a situação da família do Dan e percebi que aconteceu o mesmo com muitas outras famílias.
3. Foi uma experiência em que analisamos a homossexualidade de uma forma diferente. E se seu pai separasse de sua mãe do nada e assumisse que é gay? Como você se sentiria e como a escolha dele interferiria em toda a situação? Dan fica muito confuso sobre isso e foi reflexivo acompanhar o amadurecimento da escolha sexual do pai em sua mente.
4. As coisas estão ruins, eles estão sem dinheiro, a casa fede a xix e é repleta de coisas velhas que nem podem ser vendidas e tudo é um monte de confusão. Mas não falta humor, o que faz levar as coisas de forma mais fácil, principalmente quando está aliado a uma coisa muito importante como a narração.
5. A fluidez da narração é incrível. O livro vai escorrendo, tão liquido quanto água, pelos seus dedos. É uma narração jovem e despretensiosa, cheia de humor e mensagens reflexivas, que me conectou com os personagens e me fez torcer para que tudo terminasse bem.
6. E você ainda precisa do sexto motivo, aqui vão citações maravilhosas:

Ela começará a fazer bolos de casamento. Acho que ninguém que acabou de sair de um casamento pensaria justamente nisso, porém nesta casa, além de sarcasmo, também há ironia.

— Meu pai é gay. — ouço a incredulidade na minha própria voz. A Ficha ainda não caiu, mas é um alívio dizer isso em voz alta.

E me faz pensar como as coisas podem ser as mesmas, porem tão diferente ao mesmo tempo.

É como a minha vida – meu pai ainda é meu pai, mas agora ele é gay e foi embora. Minha mãe ainda é a mesma, mas só está 90% menos feliz do que era.

Eu sou a mesma pessoa, mas mal posso me lembrar da pessoa que eu era.

— O importante não é aquilo que se tem, mas o que se faz. É claro que já sabemos disso em teoria, mas tivemos a sorte, sim, sorte, de poder testar essa teoria. E é verdade mesmo.

Foram seis motivos bem justificados, não é? Então se você gosta de bons livro, que mesmo divertidos não deixam de marcar você e espera encontrar um romance leve e fofo, não deixe ler.

Beijos!