[Vida de Leitora(a)] Quando um personagem morre

Olá leitores.
Esta que termina foi a pior de muito tempo. Meu avô faleceu e mesmo tendo 100 anos, é doloroso para todos, principalmente para meu pai e minha vó que está com 93 anos. Não interessa a idade de uma pessoa que você gosta que parte, pois doerá sempre. Diante de tudo isso, como sempre ocorre quando uma pessoa que amo falece, meu humor não fica muito bom, eu fico irritada, chorona, triste e entediante. Mesmo não estando com humor para nada, nem mesmo para o blog, estou tentando continuar com a minha vida, como tenho certeza que meu avô queria. Sendo assim, juntei o útil e o agradável e escrevi o VdL sobre o triste fato de perder um personagem. Não sei vocês, mas eu fico arrasada quando um personagem que gosto morre, choro muito e fico triste até depois de finalizar o livro.

O foco da crônica de hoje é justamente isso. Devo confessar que não gostei muito do que escrevi, mas meu humor está tão ruim não vou confiar nele. Mesmo assim, espero que vocês se identifiquem.
Quem gostar de chorar? Eu não gosto! E você? Mas eu estava chorando e não tinha como mudar isso. E o pior que eu não chorava por uma coisa especificas, eram várias, ou seja, a coisa não estava andando muito bem.
Nos meus primeiros dias no trabalho, as coisas não mudaram muito: o funcionário continuava doente, meu feche continuava me pedindo, ou melhor, mandando, pegar documentos, levar documentos, ler tal parte em tal documentos — até aí está tudo bem, porque que me irritava mesmo era pegar café, água e ele me pediu para telefonar um par de vezes; outra coisa que estava acabando comigo era que continuava sem tempo para arrumar o meu apartamento devidamente e muitas coisas estavam fora do lugar, tanto que em das noites me levantei e bati meu pé numas caixas que estavam amontoadas no escuro corredor; e para completar a situação, eu não estava lendo nada, a não ser documentos do trabalho.
No terceiro dia eu estava espumando de raiva e joguei tudo para cima. Eu precisava ler da mesma forma que um peixe precisa de água. O livro que precisava terminar estava em cima do criado mudo e até tinha uns resíduos de poeira. Adicionei na minha lista de coisas-a-fazer desempoeirar todo o apartamento ou pagar alguém para fazer, mesmo que meu orçamento estivesse muito curto. Saí do quarto e me sentei no sofá da sala. Procurei a melhor posição e abri o livro onde tinha parado e voltei uma página para me enturmar mais com os acontecidos.
Quando eu lia, minha imaginação me transportava para um lugar diferente, para uma vida diferente, mas nesse local as horas não passam da mesma forma que no mundo real, não é sincronizadas. Apesar de o tempo ter passado tão rápido e de já estar bem tarde, comecei o novo capitulo, incapaz de parar. Quem consegue, não é?
Venha cá, você se conecta com os personagens? Do tipo de conectam que os tornam reais e que despertam amor e ódio em você? Eu vivo fazendo isso, me envolvendo rapidamente com os personagens enquanto as pessoas demoram um pouco mais. Mas todo envolvimento cobra um preço que quase sempre pagamos. É inevitável: todo leitor perderá um personagem que tanto gosta. É uma das leis da vida. E o que tinha naquele capítulo? Preciso falar?
Era por essas coisas que eu estava chorando. Senti saudade de casa, dos meus pais, dos meus amigos, antigas dores voltaram. Para quem nunca perdeu um personagem, talvez ache estranho, talvez eu seja a exceção, mas ler a morte de um personagem dói como a de um amigo que morre. Não há diferença, ou melhor, com os personagens ainda podemos voltar no passado e relê-los vivos.
Naquele dia eu fui dormir ainda chorando, sem nem mais uma promessa de ler mais um capítulo.

4 comentários:

  1. Meus pêsames pela morte do seu avô, Cris!

    Eu fico bem triste quando um personagem que gosto morre e detesto quando as autoras dizem que precisavam matá-los.

    Beijos

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    1. Obrigada, Mari!

      É uma justificativa injustificável, não é? De por nós ninguém morria, só o vilão e olhe lá.

      Bjs

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  2. Meus pêsames Cris, infelizmente eu entendo o quanto é doloroso quando alguém próximo de nós falece, e independente da idade, a dor de perder quem amamos não muda, só que depois de um tempo fica mais fácil de lidar com essa dor e lágrimas são inevitáveis, assim como lembrarmos dos bons momentos também são.

    E é no mínimo frustrante quando algum personagem que eu gosto morre.

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    1. Obrigada, Andréia! Suas palavras são reconfortantes!

      Beijos

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