[Série] Porque Penny Dreadful pode acabar com suas noites

Ela pode porque pode. E não pense por causa do terror, não, é da qualidade que falo. Porque uma produção ousada como Penny Dreadful tem dois caminhos: muitos amam ou muitos odeiam. E o caminho escolhido foi o primeiro.

A série se ambienta na Londres Vitoriana (época que sou completamente apaixonada), apresentando diversos personagens de terror da literatura: vampiros, bruxas, lobisomens, Victor Frankenstein e suas criações, Dorian Gray e seu retrato. Volta da moda vampiro, lobisomens e bruxas? Nem perto disso. Aqui temos uma trama adulta que conecta todos esses personagens numa abordagem psicossexual (+18).

E dentro desse cenário nossa personagem principal é uma desconhecida, não a atriz, a personagem. Vanessa Ives foi um mistério enorme durante a primeira temporada, fato ela é e do que pode saber. No meio de tantos personagens tão conhecido, onde podemos prever um pouco os limites, ela até agora, depois que assisti a segunda temporada e conheci mais da personagem, não consigo prever. E isso é uma das melhores jogadas da série.

Na primeira temporada, temos a Vanessa e Sir Malcolm Murry caçando monstro, buscando colher informações sobre o paradeiro de Mina Murry, amiga e filha. Logo nos primeiros episódios, se juntam à equipe de buscas o doutor Victor Frankenstein e Ethan Chandler, um exímio atirador dos Estados Unidos. Juntos eles vão numa busca incessante até encontrar a Mina. Porém, paralelamente, a série desenvolve a história individual de cada personagem, coisas que a maioria das pessoas já sabem. Claro, menos a de Vanessa, que logo no começo só sabemos que ela é amiga de Mina e fez algo que a machucou muito e a fez cair nas garras dos monstros, os vampiros. É, nada de vampiros bons e brilhantes por aqui.

Além de Vanessa, no meio da temporada vamos conhecer a primeira criação de Victor Frankenstein, criado antes do começo da trama e que descobriu o mundo, já que foi abandonado pelo seu criador. Ele mata, de forma aterrorizante, tanto que em certos momentos me assustei, porém, de uma forma um pouco doente da minha parte, ele é o personagem mais doce e humano da série. Claro, tirando os momentos em que ele mata.

Outro personagem que também ganhou o meu afeto foi o Ethan, que a princípio parece ser um ex-saldado de guerra que já matou muito e com consciência dos atos, mas depois conhecemos mais dele e vemos que também não tem nada simples nele. E a relação dele com Vanessa é a que mais torço.

Agora vou falar de Vanessa, a mulher que tem uma relação com os demônios, mas uma grande fé em Deus. Vanessa é, de longe, a melhor personagem da série. Entre todas as melhores cenas das duas temporadas, em boa parte foi protagonizada por Eva Green, que sem sombra de dúvida ganhou o papel da sua vida. Lembrando que a atriz já contracenou ao lado de Jhonny Deep, em Sombras da Noite, onde ela viveu uma bruxa demoníaca.

Ao fim da primeira temporada, já estava completamente dependente, fui assistindo episódio atrás de episódio, quase não dormindo. Mas na segunda temporada? Pronto, a série me fisgou completamente, ao ponto de desesperadamente esperar pelo início da terceira temporada.

Ao logo da última temporada, houve muitas surpresas, conheçamos as bruxas e muitas coisas surpreendente aconteceu. Depois de tanto assistir série que consegue ser previsível, Penny Dreadful conseguiu me surpreender muito, de conseguir produzir uma segunda temporada melhor que a primeira, coisa que tende ser bem diferentes e outras séries, que no segundo ano perdem sua essência – e seu público.

Nos Estados Unidos ela é exibida pelo canal Show Time e aqui no Brasil na HBO. E se você ainda não assistiu, se prepare para ter suas noites acabadas, pelo menos por uns dias.

Beijos :)